quarta-feira, 15 de junho de 2011

Distância Absoluta x Distância Relativa

De tanto dirigir no trânsito de São Paulo, acabei adquirindo um conceito de distância que podemos utilizar no nosso dia-a-dia : o conceito de distância absoluta e distância relativa.
Mas o que vem a ser isso , afinal ?
É simples. Comecei a reparar que para chegarmos a algum lugar de carro, muitas vezes temos que dar várias voltas para chegar onde queremos, por causa da mão única de ruas, trânsito e outros obstáculos. De forma que temos que, muitas vezes, nos distanciar de nosso objetivo final, para poder atingi-lo.
Ou seja: mesmo que a "distância absoluta" (distância real da origem até o destino) possa muitas vezes aumentar ao longo do nosso caminho, a "distância relativa" SEMPRE diminui, pois a cada kilômetro que percorremos estamos diminuindo a distância que teriamos que percorrer, de qualquer modo, para atingir nosso objetivo.
Parece confuso?
Mas, o mais interessante é que podemos aplicar esse mesmo raciocínio em nossas vidas. Quantas e quantas vezes acabamos tendo que fazer certas coisas que parecem estar nos distanciando do nosso objetivo, mas na realidade era um passo necessário para atingí-la.

Portanto não fiquem tristes se por vezes parecemos estar nos afastando de nossas metas, porque a Distancia Relativa está diminuindo !!!

domingo, 29 de maio de 2011

O FUTURO CHEGOU




Nasci numa época em que a TV possuía apenas uns poucos canais, de uma qualidade duvidosa, tanto de imagem quanto de conteúdo. As músicas eram ouvidas em umas poucas rádios (todas locais) ou em velhos “bolachões” de vinil que continham no máximo umas 12 músicas. Podíamos também gravar as músicas das rádios, se tivéssemos uma boa dose de paciência.

Nasci numa época que para produzir algo como este texto, sem usar o velho conjunto “caderno e lápis”, era preciso apelar para a “máquina de escrever, um aparelho ruidoso e que não permitia erros de digitação, digo, datilografia. E os videogames? Não, antes de chegada do “Telejogo” (se é que se pode chamar aquilo de videogame)”, tínhamos que ir a fliperamas, se quiséssemos jogar algo diferente de futebol de botão ou algo assim.

Nasci numa época em que para me comunicar à distância com meus amigos, tinha que recorrer somente ao telefone, rigorosamente controlados pelos pais. E se estivesse mais distante? Muito caro o telefone. Email? Não, não existia, mas sim a boa e velha carta, que devia ser devidamente selada e colocada em uma caixa de correio, para, com sorte, chegar ao destino somente alguns dias depois.

E o acesso ao conhecimento? Como era no Era pré-Google? O “Computador” era algo inacessível, com poderes quase que sobrenaturais, só existente em filmes de ficção (ou ficção-científica, como se dizia na época). Então como fazer quando tínhamos que fazer uma pesquisa para a escola? Era necessário recorrer àqueles livros de capa bonita, com letras douradas e conhecimento esculpido em granito, chamados “enciclopédia”. Com nomes tão pomposos quanto “Barsa ou “Delta-Larousse”. Invariavelmente, como era de se esperar, eram insuficientes, então era necessário se deslocar para uma biblioteca. Lugar com livros empoeirados e bibliotecárias chatas. No lugar de control-c e control-v , tínhamos lápis e papel. No lugar de scanners e impressoras, tínhamos aparelhos de Xerox.

Mas, e quanto ao futuro? O que era o futuro para nós? O “futuro” era o ano 2.000. O futuro era Isaac Asimov (Eu Robô), Arthur C. Clarke (2001 uma Odisséia no espaço) e os Jetsons. Uma era em que os robôs, os foguetes individuais e as viagens espaciais seriam corriqueiros.

É, parece que erramos feio. O ano 2.000 chegou e foi embora, e nada disso aconteceu, nem sequer o tão temido “Bug do milênio”. O ano de 2010 também já chegou e foi embora e nós não fizemos contato, como previu Arthur C. Clarke. Estamos ainda na pré-história da era robótica; e viagens espaciais , nem pensar.

Mas, algo de tão ou mais importante aconteceu. Algo que nem os mais delirantes escritores de ficção haviam imaginado. A Era da Informação. Informação gratuita, veloz e abundante, ao alcance de qualquer um que tenha um PC, Notebook, Tablet ou celular. Todo o conhecimento da Humanidade, disponível em apenas alguns cliques. Claro que ainda com alguns percalços, restrito em alguns países, mas espero que não por muito tempo.

A informação é atualizada a todo momento na Wikipedia, tão dinâmica quanto uma informação deve ser. As noticias chegam até as pessoas no momento que acontecem. São discutidas em fóruns de discussão, por pessoas que nunca se viram, às vezes inclusive em países diferentes.

O Homem conseguiu decodificar o genoma humano, um esforço conjunto de pessoas e computadores de todas as partes do mundo.

Hoje podemos, via Internet, operar nossas contas bancárias, comprar e vender qualquer coisa, ouvir rádios do mundo inteiro, baixar nossos filmes e músicas favoritas, encontrar (e visualizar) qualquer endereço que quisermos, no Brasil ou no mundo.

Vai viajar? Escolha o destino, os hotéis, os restaurantes e as empresas de aviação pela Internet. Compare os preços, faça as reservas, pague as passagens, tudo sem sair sequer de sua cama. Durante a viagem você pode ir postando as fotos para os seus amigos irem vendo (adeus cartas e cartões postais.). Aqueles lugares para onde você não pode ir ainda, você pode ver pela Internet, com visitas virtuais aos museus e monumentos.

E quanto à comunicação? Ao contrário de algumas sombrias previsões, hoje conseguimos nos comunicar mais e melhor com nossos amigos e familiares. Skipe, WhatsApp, Facebook, tudo isso nos permite falar com nossos entes queridos ao vivo e à cores, a qualquer momento e em qualquer lugar. Claro que nada disso substitui o contato físico, mas ajuda muito quando estamos distantes.

Mas creio que o maior fenômeno está surgindo agora. O homem finalmente está começando a perceber a força do cooperativismo. Como costumávamos dizer: A união faz a força. Redes sociais montam grupos de discussões sobre temas de interesse comum. Grupos de consumidores se unem para adquirir produtos e serviços a preços muito menores, nas chamadas “compras coletivas”, que inclusive agora está se expandindo para os pequenos empresários.

E aí então podemos começar a vislumbrar uma luz no fim do túnel. O futuro chegou, e nada de viagens interplanetárias, mas no lugar disso, o início da formação de uma consciência comum, uma vez que não existem mais as antigas barreiras de espaço e linguagem (com tradutores simultâneos). Antigas ditaduras começam a ser derrubadas, graças à informação que conseguiu, apesar de tudo, chegar aos povos oprimidos.

O futuro chegou e talvez possamos, todos juntos, fazer o que de forma isolada, não conseguiramos fazer. Aposto que nem John Lennon conseguia imaginar a Internet.

E quanto ao futuro? Eu quero dizer o futuro do futuro (que agora é o presente). Bem, em vista de tudo isso, acho melhor não arriscarmos nenhuma previsão, apenas VIVER.